
Que na areia fica marcado.
És cada pegada,
Cada traço desenhado.
És a minha noite,
Rimas com todo o dia.
A água mais pura,
Mais natural,
Porém, a mais fria.
És o desejo.
O tardar de um apetecido beijo.
A Esperança que o Homem dá à mulher.
És o vento que sopra.
És o simples bem-querer.
A gélida brisa do Árctico,
Misturada com o quente sol
Que abrasa a praia.
És o saco da tolerância,
Que se não explode, desmaia.
És o encher e esvaziar de um pulmão
És o coração suado
Do bater acelerado,
Que controla a minha respiração.
És o velocista,
Que não consegue parar.
O filósofo, tipo chato,
Que não fala,
Para não ter de se calar.
És a lei quebrada
A ilegalidade do sentimento,
Tipicamente apaixonada,
Criminosa, culpada
E clandestina do sofrimento.
És o que posso ver
O que sinto sem querer
O desperdício aproveitado
E a coincidência a prever.
És a luz no quarto escuro,
A montanha para escalar,
Depois de já ter saltado um muro.
És a dificuldade aquando do acordar
Todo o tempo que se demora a acreditar.
És o momento,
E toda a eternidade,
És o aparte
Que faz distinguir a mentira da verdade...
És o conseguido, o prémio, a taça.
És o meu arrependimento
À medida que o tempo passa.
És a minha vida acabada,
O que faz de mim, agora,
Simplesmente nada.