O tempo que me olho ao espelho
de nada tem servido para mudar a pessoa que lá aparece.
Afinal, os outros veem-me criança,
enquanto me vejo adulta, vêem-me parva, enquanto me vejo pacífica, alguns até
nem me veem, enquanto eu tento perder peso.
Sinto-me importante só para
aqueles que não me suportam e que passam a vida a coscuvilhar e comentar o que
faço. Sinto-me invisível para aqueles que realmente me interessam. Também para os
mais importantes fui uma desilusão, enquanto, involuntariamente pensei estar a
fazer a coisa certa. Mil desculpas não chegam quando não pensamos nos nossos
atos. Mil desculpas não chegam quando não nos sentimos e deixamos o nosso corpo
caminhar e agir por si, como se “descomandado”. A minha alma está desvanecida a
hibernar, o meu corpo desgoverna-se fazendo a minha personagem atuar e cometer
os piores erros.
Mil desculpas não são
suficientes para perdoar esta ausência persistente da minha alma no mundo...
mas, pela milésima vez eu tento:
Desculpem.